Se você curte blues ou já ouviu falar dos Bluesbreakers, com certeza já trombou o nome John Mayall. Ele nasceu em 1933, na Inglaterra, e se tornou o responsável por montar uma das bandas mais lendárias do gênero, servindo de trampolim para músicos que hoje são ícones, como Eric Clapton, Peter Green e Mick Taylor. Mas o que realmente fez Mayall se destacar? Vamos entender de forma simples e prática.
John começou tocando piano e guitarra na adolescência, mas foi quando se mudou para Londres, nos anos 60, que ele encontrou o cenário perfeito para experimentar. Em 1963, ele formou o The Bluesbreakers, uma banda que, apesar de ter mudado de formação inúmeras vezes, manteve o mesmo objetivo: tocar blues puro e autêntico. O primeiro álbum, John Mayall’s Bluesbreakers with Eric Clapton, chegou a ser chamado de "Beefeater" por quem assistia à gravação. O disco fez sucesso porque trouxe um som pesado, cheio de solos de guitarra que ainda hoje inspiram guitarristas.
Depois de Clapton, Mayall recebeu outros talentos como Peter Green (que mais tarde fundaria o Fleetwood Mac) e Mick Taylor (que entrou no Rolling Stones). Cada um trouxe um toque único, mas a base sempre foi a mesma: a paixão pelo blues, a improvisação e a mistura de britânico com influências americanas.
Além de ser um músico talentoso, Mayall se tornou um verdadeiro professor. Ele dizia que seu trabalho era “ensinar o blues” e, de fato, cada álbum contava com novos músicos que aprendiam o ofício ao seu lado. Essa fórmula de “blues school” fez com que gerações de guitarristas tivessem sua primeira experiência de gravação ao lado de Mayall.
Outro ponto marcante é a diversidade de estilos que ele abraçou. Enquanto muitos se prendiam ao blues tradicional, Mayall experimentou com rock psicodélico, jazz e até funk nos anos 70 e 80. Álbums como Ten Years Are Gone e The 1982 Studio Album mostram essa versatilidade, provando que o blues pode evoluir sem perder a essência.
Nos últimos anos, John Mayall tem se mantido ativo, lançando discos ao vivo e participando de festivais. Seu último álbum de estúdio, The Blues & The Abstract Truth – Part 1, reforça que ainda tem muito a dizer, ainda que agora ele esteja nos 90 anos. Essa energia contagiante é o que faz o público ainda se apaixonar por seus shows, que misturam histórias, solos nostálgicos e a vibração de um blues autêntico.
Se você ainda não conhece a discografia de Mayall, comece pelos clássicos: Bluesbreakers with Eric Clapton, Crusade e A Hard Road. Depois, explore os trabalhos mais recentes para perceber como ele adaptou o blues ao mundo contemporâneo.
Em resumo, John Mayall não é só um nome nos livros de história do blues; ele é um mentor, um inovador e um exemplo vivo de que a música pode ser eternamente relevante quando feita com coração. Quer ouvir o melhor do blues britânico? Dê o play nos álbuns dele e sinta a energia que inspirou gerações de músicos ao redor do globo.
John Mayall, uma figura proeminente na cena do blues britânico, faleceu na segunda-feira, 22 de julho de 2024, aos 90 anos. Mayall foi um músico altamente influente conhecido por suas contribuições ao blues e ao blues-rock, impactando profundamente o desenvolvimento do blues britânico e inspirando muitos músicos notáveis. A notícia de seu falecimento foi divulgada em 24 de julho de 2024, com homenagens vindas de toda a comunidade musical.