Em 2025, o técnico português Palmeiras deu um salto de estratégia que tem deixado especialistas de futebol em alerta. Ao abandonar a prática tradicional de fazer um lateral recuar ao lado dos dois zagueiros, Abel Ferreira passou a colocar o volante número 5 entre os defensores centrais na fase de construção da jogada. Essa troca de papéis fez com que Aníbal Moreno assumisse a função de elo de ligação, ao lado de Gustavo Gomes e Bruno Fuchs, trazendo mais qualidade de toque e visão de jogo.
A nova dinâmica permite que ambos os laterais avancem simultaneamente, ampliando a largura ofensiva sem comprometer a forma defensiva. O risco está na transição: quando a bola é recapturada pelos adversários, a ausência de um lateral de apoio imediato pode deixar espaços nas costas da defesa, exigindo um reposicionamento rápido dos médios.
Além da mudança de posicionamento, o treinador reforçou a filosofia de posse de bola dentro de um 4‑2‑3‑1 equilibrado. Raphael Veiga, agora ainda mais central na orquestração do ritmo, recebe apoio constante dos volantes, que alternam entre a recuperação e a saída de bola. O objetivo é dominar a partida, movimentando o meio-campo como um bloco coeso que cria linhas de passe e abre espaços nas laterais.
Com a nova estrutura, a competição por posições no meio-campo disparou. Não basta mais ter nome reconhecido; o jogador precisa demonstrar versatilidade, capacidade técnica e disciplina tática. Aníbal Moreno, por exemplo, passou de reserva a peça-chave ao conseguir equilibrar a pressão defensiva com a criatividade nas circulações de bola.
Outros nomes que sentem a pressão incluem o veterano Gustavo Gomes, que deve aportar maior pegada física, e o jovem Bruno Fuchs, que tem sido testado nas transições rápidas. A lista de candidatos ao papel de “falso 9” também se expandiu, com o técnico incentivando improvisações que podem surpreender justamente pela imprevisibilidade.
Abel Ferreira também incorporou um esquema de pressão alta logo nos primeiros minutos, buscando forçar erros adversários e gerar oportunidades de bola parada em áreas perigosas. Essa abordagem exige que o meio-campo mantenha intensidade constante, alternando entre marcadores agressivos e criadores de jogada.
Entretanto, a vulnerabilidade nas transições permanece. Quando a equipe perde a posse, os laterais ainda avançados podem deixar lacunas que, em contrapartida, criam oportunidades de contra‑ataque para times que jogam rápido nas alas. O treinador tem trabalhado em treinos específicos de reposicionamento rápido para mitigar esse ponto fraco.
O panorama geral mostra um Palmeiras mais ousado, que busca impor seu ritmo e controlar o jogo através de um meio-campo ativo e versátil. A aposta de Abel Ferreira em adaptações táticas, mesmo que arriscadas, tem reforçado a imagem dele como um dos estrategistas mais respeitados da América do Sul. Cada partida agora se torna um teste não só de talento, mas de compreensão tática, e a disputa por um lugar no time ganhou ares de meritocracia pura.